A evolução do BIM: do 3D ao 7D
O Building Information Modeling (BIM), ou modelagem da informação da construção, é uma abordagem revolucionária para o planejamento, projeto, construção e gestão de edifícios e infraestruturas. Desde sua concepção, o BIM tem passado por uma evolução notável, expandindo-se além das simples representações 3D para abranger uma gama diversificada de informações e dados relacionados a um projeto. Esta evolução culminou na chegada do BIM 7D, que representa um novo nível de integração e eficiência na indústria da construção. Neste artigo, exploraremos essa jornada de evolução do BIM, desde o 3D até o 7D, e examinaremos como essa tecnologia tem transformado o setor da construção.
O que é BIM?
O BIM, ou Building Information Modeling (Modelagem da Informação da Construção), é um processo digital de criação e gerenciamento de informações integradas para projetos de construção e infraestrutura. Ele envolve a criação de modelos 3D detalhados que contêm informações abrangentes sobre todos os aspectos de um projeto, facilitando a colaboração entre equipes, melhorando a precisão, permitindo análises e estimativas de custos, e otimizando a gestão de informações ao longo do ciclo de vida de um edifício, contribuindo assim para a eficiência, qualidade e sustentabilidade na indústria da construção.
BIM 3D: A base da revolução
O conceito, sendo a terceira dimensão, está conectado ao modelo com componentes parametrizados carregados de dados (informações), tais como paredes, pisos, mobiliário, entre outros diversos no universo da construção civil. Deste modo, deixam de ser apenas linhas 2D bidimensionais e passam a carregar informações atreladas à construção, ou seja, se torna um projeto inteligente e rico em detalhes. Para a realização e execução precisaremos dos softwares de modelagem BIM desenvolvidos com excelência o conceito paramétrico como o software Revit, da Autodesk ou o ArchiCAD da Graphisoft.
A modelagem oferece uma versão digital do empreendimento que será construído em 3D contendo informações (dados). Neste momento do BIM temos um modelo 3D portador de informações sendo muito mais preciso do que plantas bidimensionais. O BIM 3D torna necessário o conhecimento em obras e projetos serem somente um. Nem todo modelo tridimensional é um modelo BIM, pois é necessário uma adoção de metodologia e inserção correta de informações que corroborem para uma modelagem destinadas aos usos do BIM que serão utilizados por uma empresa.
BIM 4D: Integração de tempo
O BIM 4D, ou a quarta dimensão do processo BIM, configura-se como a injeção de mais informações ao modelo para fornecer dados úteis que permitam otimizar e auxiliar a gestão dos projetos e da obra.
O BIM 4D permite um controle e domínio maior do tempo (cronograma), desta forma, os gestores são capazes de coordenar os vários executores de atividades distintas e de maneira orquestrada, com maior sincronia durante e após a execução de atividades e serviços. Portanto, compreende-se que a quarta dimensão já não tem como principal cenário o projeto, porém para o seu devido funcionamento é necessário o BIM 3D. O foco desta dimensão está na gestão de tempo, material e serviços. Para funcionar perfeitamente é necessário a elaboração de uma EAP (Estrutura Analítica de Projeto) vinculada ao BIM 3D e 4D no qual será utilizado como base um Manual BIM (BIM Mandate).
BIM 5D: A dimensão do custo
Com o processo de industrialização da construção civil e a necessidade da busca por resultados financeiros cada vez melhores, conduziu-se à criação de novos processos de levantamento de custos e lucros, que desenvolvidos por meio de aplicativos e ferramentas, otimizam o processo integrado.
Neste contexto de ruptura do velho sistema orçamentário, o BIM 5D apresenta uma modelagem com informações e vínculo de dados. Portanto essa modelagem 3D carregada de informações, permite que sejam extraídos cronogramas, BIM 4D, e informações orçamentárias (BIM 5D). A quinta dimensão do BIM é compreendida como 3D+ programação + orçamento = BIM5D, fazendo possível a compreensão de que isso significa a geração planilhas quantitativas e orçamentárias de forma automática.
BIM 6D: Sustentabilidade e eficiência energética
A dimensão 6D do BIM trouxe a sustentabilidade para o centro do processo de construção. Agora, os modelos BIM são capazes de avaliar o desempenho ambiental e a eficiência energética dos edifícios. Isso permitiu que os projetistas otimizassem seus projetos para reduzir o consumo de recursos naturais e minimizar o impacto ambiental. Além disso, o BIM 6D facilitou o gerenciamento do ciclo de vida dos edifícios, tornando mais fácil a manutenção e a operação eficiente a longo prazo.
BIM 7D: A gestão do ciclo de vida completo
A última dimensão, o BIM 7D, representa a integração de informações sobre o ciclo de vida completo de um edifício ou infraestrutura. Isso inclui não apenas o planejamento, projeto, construção e operação, mas também a fase de descomissionamento e eventual demolição. Com esta dimensão, as partes envolvidas podem tomar decisões informadas sobre o final da vida útil de um edifício, planejar o descomissionamento de forma eficiente e gerenciar os resíduos de forma sustentável.
Conclusão
A evolução do BIM, do 3D ao 7D, representa um avanço notável na indústria da construção. O BIM não é mais apenas uma ferramenta de design; é uma abordagem abrangente que aborda todos os aspectos do ciclo de vida de um edifício ou infraestrutura. Isso resulta em uma maior eficiência, economia de custos, sustentabilidade e qualidade na construção e operação de projetos. À medida que o BIM continua a evoluir, é provável que novas dimensões sejam adicionadas para abordar desafios emergentes na indústria da construção. No entanto, fica claro que o BIM já deixou uma marca indelével na forma como projetos de construção são concebidos, planejados, construídos e mantidos. À medida que a tecnologia BIM continua a se desenvolver, é emocionante imaginar como ela continuará a moldar o futuro da construção.